Educar para a Diversidade
Aprender a conviver com a diversidade é um desafio para toda a humanidade e, portanto, também para a Educação. Como ferramenta de produção e transmissão do conhecimento, ela tem um papel fundamental na promoção da cidadania, da igualdade de direitos e do respeito à diversidade sociocultural, étnico-racial, de gênero e sexualidade.
Para Renan Salermo, coordenador de Habilidades para a Vida na Escola Vereda, não é possível definir sociedade como um espaço homogêneo e padronizado. Por isso, aprender a conviver com a diversidade é importante para o reconhecimento da sociedade como ela é.
“O próprio conceito de sociedade considera a pluralidade. Dessa forma, ao definir e pensar nas ações dos estudantes na sociedade, precisamos sempre ter a diversidade como eixo orientador da nossa ação de ensinar e aprender”, afirma.
O olhar para o outro
“Conviver com a diversidade é fundamental em diversos níveis, desde o desenvolvimento de ética e empatia, até em nossa saúde emocional”, explica Nara Lasevicius, da equipe de ensino da Escola Vereda.
“Lidar com a diferença é essencial na compreensão da própria subjetividade, de entender que o que chamamos de ‘eu’ está inserido em um todo muito maior, que é a sociedade”, explica.
Quando crescemos em determinado tempo e cultura, existem características identitárias que são motivos para desigualdades, vulnerabilidades e violências. E, ao reconhecermos, por meio da informação, essas diferentes características das pessoas, podemos planejar o nosso mundo de forma que não fique ninguém para trás.
Essa é uma perspectiva do educador e sócio-diretor da Txai Consultoria e Educação, Reinaldo Bulgarelli*, que ajuda organizações a valorizar a diversidade como fonte de riqueza para uma sociedade mais sustentável.
“Precisamos aprender a lidar com a vida como ela é para enfrentarmos as desigualdades e aproveitarmos a riqueza da diversidade. Inserir o tema nos ajuda a lidar com ele e incluir efetivamente as pessoas para que essas características possam também enriquecer o todo ao serem respeitadas”, explica Reinaldo.
Diversidade na escola
A escola, como ambiente que se propõe a ser terreno fértil para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, precisa ser também espaço de acolhimento, respeito pelas diferenças e de reinvenção constante.
Por muito tempo, por exemplo, o ensino para pessoas com deficiência era realizado por instituições especializadas na área. Hoje já não restam dúvidas sobre a importância de garantir que os estudantes se desenvolvam no mesmo ambiente, sempre respeitando o tempo e as necessidades de cada um.
Para Reinaldo, a escola pode ir além: “Sem dúvida alguma a escola tem por responsabilidade nos ajudar a praticar algo básico como o respeito à pluralidade que nos caracteriza. A ideia é respeitar para compreender melhor e não compreender para que possa, só assim, respeitar”, explica.
A importância do diálogo
“A escola, como um espaço de diálogo e uma das principais agências de reflexão da nossa sociedade, precisa amplificar as discussões. A diversidade se faz presente na sociedade e precisa integrar esses apontamentos”, conta Renan.
Portanto, a escola deve ser caracterizada como espaço de desenvolvimento humano para todos e, por meio do conhecimento, possibilitar aos estudantes a reflexão para debater sobre temas relacionados ao seu cotidiano.
“Como dissociar, na formação, aprender trigonometria, análise sintática, genética… de aprender a viver eticamente em sociedade, de constituir uma alteridade saudável? O respeito à diversidade faz parte de um aprendizado ético que, acredito, nenhuma escola que reivindique esse nome pode se furtar de oferecer”, explica Nara.
Como a Escola Vereda trabalha a diversidade
A escola também é lugar de aprendizado de valores e, na Vereda, alguns princípios fundamentais norteiam nossas práticas e nossa cultura escolar. “Cidadania, colaboração, empatia e ética, por exemplo, nos ajudam a trabalhar a formação integral dos estudantes. Além da sua compreensão da diversidade que há em cada pessoa e que há neles também”, conta o educador Bruno Eduardo Oreste.
Em sua concepção de ensino, a Escola Vereda tem a prática de aprendizagem situada. Isso é uma maneira de colocar os valores da diversidade dentro da sala de aula e fazer uma intersecção com todas as disciplinas. “Não é uma forma de apenas oferecer uma discussão temática, mas fazer disso o eixo sobre o qual os temas de ensino chegarão até os estudantes. Na sala de aula da Vereda, temos a diversidade como parte da metodologia do ensinar e do aprender”, conta Renan.
Além disso, ao utilizar uma metodologia pedagógica que coloca o estudante como centro da aprendizagem, a Vereda estimula o desenvolvimento de habilidades importantes como o pensamento crítico e autonomia, oferecendo condições para que possa transformar a sociedade.
“O trabalho em torno do protagonismo dos estudantes muitas vezes leva naturalmente para a discussão da diversidade, um tema cada vez mais conversado entre as novas gerações, já atentas ao espírito do nosso tempo”, explica Nara.
O papel da família
Em nossa sociedade, escola e família são as duas principais instituições responsáveis pela formação dos filhos. Essa parceria é fundamental para uma educação de qualidade.
Por outro lado, em casa, o papel dos responsáveis dá sequência ao trabalho realizado na escola, acompanhando de perto o dia a dia dos filhos, conversando sobre assuntos abordados nos estudos e incentivando a busca por conhecimento.
Além disso, as famílias podem encontrar na escola e na comunidade escolar, espaços para compartilhar reflexões e descobertas e receber apoio para lidar com seus desafios, construindo escuta e um diálogo enriquecedor.
“Como diz um ditado africano, ‘é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança’. Eu gosto muito dessa ideia, pois mostra que a coletividade é fundamental para a educação – e qual melhor espaço para aprender coletividade que a escola?”, finaliza Nara.
*Reinaldo Bulgarelli é educador, sócio-diretor da Txai Consultoria e Educação. É secretário executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, membro da diretoria da Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH Brasil.
Além disso, é também fundador e membro do conselho da Associação Brasileira de Profissionais da Sustentabilidade – ABRAPS. É professor na FIA, FGV, FDC, entre outras escolas, nos cursos de educação executiva ou pós-graduação. Assista sua palestra para o TEDx Talks, no Youtube.
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